História

  1. Apresentação
  2. Princípios político-pedagógicos
  3. Modalidades de Ingresso
  4. Competências e habilidades a serem desenvolvidas pelo licenciando em História
  5. Objetivos da Licenciatura em História
  6. Campo de atuação profissional e perfil do egresso

DENOMINAÇÃO: Curso de História – Licenciatura

MODALIDADE: Presencial

TITULAÇÃO CONFERIDA: Licenciado(a) em História

ÁREA DO CONHECIMENTO: Humanas/História

TURNO: Noturno (com possíveis atividades no turno vespertino).

REGIME: Semestral

INTEGRALIZAÇÃO DO CURSO:
a) Mínimo: 08 (oito) semestres letivos.
b) Máximo: 16 (dezesseis) semestres letivos.

NÚMERO DE VAGAS OFERTADAS: 40 (quarenta) por ano.

FORMAS DE INGRESSO: Seleção Pública (ENEM), Recepção, Transferência, Reingresso.

CARGA HORÁRIA: 3300h

Apresentação

O Curso de Licenciatura em História integra o conjunto das Licenciaturas Integradas em Humanidades (Ciências Sociais, Filosofia, Geografia e História) do Colégio Pedro II, e foi aprovado pela Resolução Consup-CPII Nº 133, de 18 de dezembro de 2018. Está sediado no Campus Realengo II, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, com atividades acadêmicas presenciais nos turnos vespertino e noturno (com predomínio de horários no noturno), periodicidade semestral, com ingresso de 40 novos estudantes a cada ano. A criação deste e dos demais cursos de graduação do Colégio Pedro II foi possível devido à incorporação do colégio à rede nacional dos Institutos Federais (IF’s), a partir da promulgação da Lei nº 12.677/2012, que define a instituição como “especializada na oferta de educação básica e de licenciaturas” (Art. 6º).

O Curso se propõe inovador tendo em vista seus quatro elementos constitutivos centrais, a saber: a) ter como público-alvo estudantes de origem popular oriundos da zona oeste da capital fluminense, área com baixa ou nenhuma oferta de cursos da área de humanas em instituições públicas de ensino superior; b) possuir um corpo docente altamente qualificado com profissionais que lecionam tanto na graduação quanto na educação básica; c) aliar a formação teórico-metodológica das(os) futuras(os) professoras(es)-historiadoras(es) ao exercício da prática docente desde os primeiros semestres até a conclusão do curso; d) questionar de forma prática a tradição historiográfica eurocêntrica, propondo uma formação decolonial a partir de um núcleo disciplinar comum às demais licenciaturas de humanidades do colégio.

Em abril de 2018 foi instituído no Departamento de História o Grupo de Trabalho (GT) Licenciatura, para a criação e implantação do curso, com seus componentes formando o primeiro Núcleo Docente Estruturante (NDE) a partir de 2019, ano em que se trabalhou na construção do Regimento Geral das Licenciaturas do Pedro II, revisão dos Projetos Pedagógicos de Curso (PPC’s) e cadastro na plataforma de cursos (e-Mec) do Ministério da Educação (MEC) e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), este último para a inclusão no Sistema de Seleção Unificada (SISU). A primeira turma ingressante iniciou suas aulas em março de 2020.

Princípios político-pedagógicos

A Licenciatura em História ofertadas pelo Colégio Pedro II está amparada nos seguintes princípios político-pedagógicos de sua prática formativa:

  • Promover a autonomia de pensamento e ação, capacidade de articulação entre saberes, pluralidade de ideias, valores e concepções pedagógicas, respeito à alteridade e apreço ao diálogo – princípios estes condizentes com uma sociedade democrática, aberta, includente e igualitária.
  • Valorizar a cidadania e a dignidade da pessoa humana nos termos consagrados pela Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB), de 1988.
  • Construir uma sociedade livre, justa e solidária, que valorize a solução democrática dos conflitos e controvérsias, bem como favoreça a promoção dos direitos humanos, particularmente o direito à igualdade de oportunidades para todos aqueles que, brasileiros ou estrangeiros, vivam no Brasil.
  • Garantir uma educação pública, laica, gratuita e de excelência que contribua para a inclusão de indivíduos, grupos ou populações historicamente vulneráveis, marginalizados ou com necessidades especiais, a preservação das identidades individuais, sociais e étnico-raciais, bem como para a promoção das liberdades individuais, coletivas e do meio ambiente natural.
  • Comprometer-se com o resgate e a valorização especialmente das matrizes de pensamento e ação que deram origem à nossa amefricanidade, quer dizer, as tradições indígenas, africanas e afrobrasileiras, ao reconhecer a justiça cognitiva como um pilar para a descolonização de nossos currículos, pedagogias e metodologias. Visando formar pessoas comprometidas com a proposta de diálogos interculturais capazes de despertar e promover a possibilidade de outros projetos de mundo, existência e convivência mais justos e plurais.
  • Formar professores capazes de questionar e superar modelos pedagógicos e institucionais marcados pela colonialidade, que exercem o apagamento e a desvalorização de saberes não Ocidentais e tradições teóricas e práticas historicamente subalternizadas e invisibilizadas na educação formal. Neste sentido, os professores devem ser capazes de criticar o papel que a educação básica desempenha na formação de subjetividades, compreensões de realidade e seus desdobramentos políticos e éticos, ao selecionar determinados conteúdos, formas e narrativas e excluir outras, se tornando capazes de assumir decisões pedagógicas que fomentem, sobretudo, o combate ao racismo, à lgbtfobia, ao sexismo e qualquer opressão de gênero ou classe, dentro e fora da escola.
  • Exercitar uma prática educativa democrática, cuja ênfase na formação de professores por meio do desenvolvimento da criticidade e da adoção de posturas não-dogmáticas, capazes de permitir a compreensão do horizonte histórico-existencial de cada pessoa através do conhecimento de si e da coletividade em que está inserida, bem como o desenvolvimento de ações responsáveis no mundo, mediante o cuidado consigo mesmo, com os outros e com a vida em todas as suas manifestações. Neste sentido, compreende-se a educação como um processo que demanda a consciência de sua responsabilidade social, política, ética, ambiental, além de uma disponibilidade afetiva para a relação com crianças, jovens e adultos em formação.

Modalidades de Ingresso

O ingresso no Curso de Licenciatura em História dar-se-á de duas formas, concomitantes ou não, à critério do Comitê das Licenciaturas, do Colegiado do Curso e demais instâncias administrativas do Colégio:
a) Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) / SISU (Sistema de Seleção Unificado): Seguindo as normativas vigentes desde 2009, o ENEM pode ser regularmente utilizado como mecanismo de seleção para o ingresso no ensino superior, sendo, pois, uma alternativa para o ingresso no curso de licenciatura em tela.
b) Processo Seletivo Próprio: Em respeito ao art. 207, §2º da CRFB/1988, os resultados do ENEM podem ser combinados ou não com seus processos seletivos próprios.
Os processos que disciplinam o ingresso de novos estudantes no curso terão, em qualquer caso, caráter eliminatório e classificatório, com o aproveitamento dos postulantes até o limite de vagas previamente fixadas por edital público. Quaisquer vagas ociosas, quer decorrentes de desistência, transferência, trancamento ou jubilamento, serão consideradas como “vagas remanescentes”, sendo abertas para transferência externa, bem como para reingresso de portadores de diplomas de cursos superiores regularmente reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC), consoante as normas administrativas vigentes no Colégio Pedro II.

Competências e habilidades a serem desenvolvidas pelo licenciando em História

O Curso de Licenciatura em História ofertado pelo Departamento de História/Colégio Pedro II irá fomentar o desenvolvimento das seguintes competências e habilidades:

  • Domínio da linguagem oral e escrita.
  • Domínio das teorias, técnicas e práticas concernentes ao ensino e à aprendizagem da História.
  • Conhecimento dos fundamentos teóricos da História.
  • Domínio dos fundamentos teóricos e metodológicos da pesquisa histórica.
  • Conhecimento dos debates teóricos contemporâneos da História.
  • Autonomia intelectual e capacidade analítico-problematizadora da realidade histórica.
  • Comprometimento ético, político e pedagógico com sua prática profissional.

Objetivos da Licenciatura em História

Gerais

  • Formar licenciados em História comprometidos com a docência como ação educativa e como processo pedagógico intencional e metódico, envolvendo conhecimentos específicos, interdisciplinares e pedagógicos, conceitos, princípios e objetivos da formação que se desenvolvem na construção e apropriação dos valores éticos, linguísticos, estéticos e políticos do conhecimento inerentes à sólida formação científica e cultural do ensinar/aprender, à socialização e construção de conhecimentos e sua inovação, em diálogo constante entre diferentes visões de mundo.

Específicos

  • Estimular a autonomia intelectual e a capacidade reflexiva dos estudantes, possibilitando-lhes uma sólida formação humanística, na qual teoria e prática estejam integradas.
  • Fornecer aos licenciandos uma sólida formação teórico-metodológica em História.
  • Garantir a integração entre ensino, pesquisa e extensão no contexto de uma educação pública, gratuita e de excelência que valorize as práticas e saberes dos educandos, inclusive aqueles com necessidades especiais, e dialogue com diferentes matrizes político-ideológicas, étnicas e culturais, em particular as diferentes culturas regionais, indígenas e afro-brasileiras.
  • Formar profissionais aptos para lecionar a disciplina História tanto no Ensino Médio quanto no Ensino Fundamental, tendo como ponto de partida as experiências práticas educacionais existentes no Colégio Pedro II.
  • Formar licenciados cujas habilidades e competências os tornem aptos a problematizar a realidade social e contribuir na gestão e na organização das atividades didático-pedagógicas inerentes ao ensino de História na Educação Básica.
  • Formar profissionais capazes de integrar equipes inter ou multidisciplinares, em instituições públicas ou privadas, inclusive participando na elaboração de projetos político-pedagógicos inovadores; na proposição ou atuação em projetos e práticas que articulem ensino, pesquisa e extensão.
  • Reconhecer as instituições de educação básica como espaços necessários à formação dos profissionais do magistério que reflita a especificidade da formação docente, assegurando organicidade ao trabalho das diferentes unidades que concorrem para essa formação.
  • Formar professores que se entendam como agentes formativos de cultura e da necessidade de seu acesso permanente às informações, vivência e atualização culturais.

Campo de atuação profissional e perfil do egresso

O Curso de Licenciatura em História oferecido pelo Departamento de História/Colégio Pedro II permite que o egresso esteja apto para lecionar História em instituições públicas ou privadas de Educação Básica, nos anos finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio, bem como prosseguir seus estudos ao nível da pós-graduação.

Igualmente, o licenciado em História, em função de sua formação de professor-pesquisador, também pode pesquisar e produzir materiais didático-pedagógicos referentes à área de História, estando apto, ainda, a explorar assuntos concernentes à História em arquivos e institutos de pesquisa. Ademais, o egresso encontra-se habilitado a realizar assessorias nas áreas da Cultura e Política, além de fazer estudos e promover debates sociais.

O Curso de Licenciatura em História do Colégio Pedro II formará profissionais com práticas, saberes e valores voltados para a docência na Educação Básica. Esses egressos terão desenvolvido habilidades e competências que lhes permitam problematizar cientificamente as diferentes realidades sociais e estarão pedagogicamente comprometidos com o pluralismo de ideias e visões de mundo inerentes a toda e qualquer sociedade democrática, nos termos dos “princípios fundamentais” inscritos no Título I da CRFB/1988, das demais normas legais e administrativas que regem a formação de licenciandos em História no Brasil, e dos princípios político-pedagógicos e objetivos (gerais e específicos) que norteiam as práticas educativas e formacionais do presente curso de licenciatura.

Para tal, o egresso deverá possuir sólidos conhecimentos teóricos no campo da História, reunindo habilidades e competências que lhe permitam articular o escopo epistemológico da História com outros saberes acadêmicos; valorizar as práxis e saberes sociais dos educandos e de suas famílias; atuar simultaneamente em atividades integradas de ensino, pesquisa e extensão; dialogar com diferentes manifestações político-ideológicas, étnicas e culturais; trabalhar no campo da gestão, organização, planejamento e demais atividades didático-pedagógicas inerentes ao ensino de História na Educação Básica.

Além dessas, o egresso do curso deverá estar apto a:
“I – atuar com ética e compromisso com vistas à construção de uma sociedade justa, equânime, igualitária;

II – compreender o seu papel na formação dos estudantes da educação básica a partir de concepção ampla e contextualizada de ensino e processos de aprendizagem e desenvolvimento destes, incluindo aqueles que não tiveram oportunidade de escolarização na idade própria;

III – trabalhar na promoção da aprendizagem e do desenvolvimento de sujeitos em diferentes fases do desenvolvimento humano nas etapas e modalidades de educação básica;

IV – dominar os conteúdos específicos e pedagógicos e as abordagens teórico-metodológicas do seu ensino, de forma interdisciplinar e adequada às diferentes fases do desenvolvimento humano;

V – relacionar a linguagem dos meios de comunicação à educação, nos processos didático-pedagógicos, demonstrando domínio das tecnologias de informação e comunicação para o desenvolvimento da aprendizagem;

VI – promover e facilitar relações de cooperação entre a instituição educativa, a família e a comunidade;

VII – identificar questões e problemas socioculturais e educacionais, com postura investigativa, integrativa e propositiva em face de realidades complexas, a fim de contribuir para a superação de exclusões sociais, étnico-raciais, econômicas, culturais, religiosas, políticas, de gênero, sexuais e outras;

VIII – demonstrar consciência da diversidade, respeitando as diferenças de natureza ambiental-ecológica, étnico-racial, de gêneros, de faixas geracionais, de classes sociais, religiosas, de necessidades especiais, de diversidade sexual, entre outras;

IX – atuar na gestão e organização das instituições de educação básica, planejando, executando, acompanhando e avaliando políticas, projetos e programas educacionais;

X – participar da gestão das instituições de educação básica, contribuindo para a elaboração, implementação, coordenação, acompanhamento e avaliação do projeto pedagógico;

XI – realizar pesquisas que proporcionem conhecimento sobre os estudantes e sua realidade sociocultural, sobre processos de ensinar e de aprender, em diferentes meios ambiental-ecológicos, sobre propostas curriculares e sobre organização do trabalho educativo e práticas pedagógicas, entre outros;

XII – utilizar instrumentos de pesquisa adequados para a construção de conhecimentos pedagógicos e científicos, objetivando a reflexão sobre a própria prática e a discussão e disseminação desses conhecimentos;

XIII – estudar e compreender criticamente as Diretrizes Curriculares Nacionais, além de outras determinações legais, como componentes de formação fundamentais para o exercício do magistério” (RES. Nº 2/2015 do CNE, art. 8).