Alunos do Hu2 fazem debate sobre ‘O Menino que descobriu o vento’

A quarta edição do GT de Cinedebate de 2019 exibiu o filme “O Menino que descobriu o vento”, do ator e diretor Chiwetel Umeadi Ejiofor. O cinedebate é uma das ações do projeto “Que CPII Queremos?” e tem como objetivo abordar as questões que perpassam o cotidiano da escola, usando o cinema como ferramenta.
O filme britânico produzido pelo Canal Netflix é baseado em uma história real e conta a história do jovem do Malawi que, inspirado por um livro de ciências, constrói uma turbina eólica para salvar seu vilarejo da fome.
No debate que se seguiu à projeção do filme, os alunos destacaram a persistência do protagonista, que, apesar das adversidades, não desistiu de projeto de construção de uma turbina eólica para resolver o problema da falta de água na comunidade onde vivia.

Escola
O coordenador do Cinedebate, Felipe Dezerto (Francês), observou que a escola da comunidade era a única presença do estado em uma região marcada pela pobreza e pela fome. “E ainda assim era paga e, por isso, não era para todos”, enfatizou.
Alguns alunos também falaram da resistência do pai em apoiar o projeto do filho. Para Felipe, o pai incentivava os filhos a estudarem, apesar de não ter tido a oportunidade de frequentar a escola. “Ele apenas não tinha a dimensão de quão transformadora a educação pode ser”, ressaltou.
O Aluno Otto Brandão, do 7º ano, acredita que o pai demonstrou ter medo do diferente e do novo. “Isso acontece com as pessoas mais velhas”, enfatizou.

Comunidade
O professor de Filosofia Bernardo Barreto, integrante do GT de Cinedebate, disse que assistia ao filme pela segunda vez e destacou a participação da comunidade na execução do projeto. “Sem a ajuda dos moradores do local o protagonista não teria conseguido colocar a turbina eólica pra funcionar”, pontuou.
Bernardo também convidou os alunos a refletirem sobre a presença do ocidente na África. “O filme tende a mostrar que a tecnologia ocidental foi a solução para o problema da fome, mas não podemos perder de vista que os africanos estão há muito mais tempo naquele lugar e sempre sobreviveram”, argumentou.

Segundo Felipe, a escolha do filme foi muito acertada. Além de tratar do papel transformador da educação, é uma história de negros e filmada por um diretor que também é negro. “Dessa forma, abordamos também a questão do racismo, que é um dos pontos que precisamos trabalhar no campus”, comentou.
O cinedebate é uma das ações do projeto “Que CPII Queremos?” e tem como objetivo abordar as questões que perpassam o cotidiano da escola, usando o cinema como ferramenta.
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