Soep do HU2 realiza dois encontros sobre Saúde Emocional

Antônio Carlos (Soep) durante roda de conversa sobre saúde emocional com a psicóloga Mariana Bteshe e a psicanalista Lívia Santana
Com a proposta de trabalhar temas ligados ao Setembro Amarelo, o setor de Orientação Educacional e Pedagógica (Soep) do Humaitá II realizou duas rodas de conversa para debater o tema “Saúde Emocional, como e quando cuidar”. Os eventos contaram com a participação de estudantes do Ensino Fundamental e Ensino Médio do campus, servidores e responsáveis por alunos.
A primeira roda de conversa aconteceu no dia 21 de setembro e teve como convidada a psicóloga Andréia Ferreira Braga, especialista em psiquiatria e psicanálise com crianças pelo Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Durante o evento, Andréia estabeleceu interação com os estudantes através de perguntas, suscitando reflexões acerca de sinais que sugerem a necessidade de se procurar ajuda de profissional especializado psicólogo ou médico. A psicóloga também falou da importância de se estabelecer uma rede de apoio entre os jovens.
Os cuidados com a prevenção de adoecimento mereceram especial atenção da palestrante, que ressaltou ainda a importância de se estabelecer uma rotina diária, na qual as atividades físicas devem estar presentes.

Sofrimento psíquico
A segunda roda de conversa aconteceu no dia 26 de setembro, dessa vez com a psicóloga Mariana Bteshe, do Programa de Apoio Psicopedagógico ao Estudante (Pape), da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), e a psicóloga e psicanalista Lívia Beatriz Mattos Santana, que é mestre em psicanálise pela Université Paris Detroit – Paris VII e trabalha com psicologia escolar e mediação.
As duas profissionais lembraram que desenvolvem em seus cotidianos trabalhos semelhantes ao do Soep e focaram suas falas no sofrimento psíquico que cada vez mais tem acometido jovens, adolescente e crianças.

Pandemia e internet
A pandemia da covid-19 foi um dos temas abordados pelas especialistas, que lembraram da exaustão do isolamento social e da dificuldade do retorno às atividades presenciais e ao convívio social, o que também trouxe muitas dúvidas e conflitos. As pessoas, observaram, não sabiam mais como se comportar, o que podia ou era permitido fazer.
Outro tema destacado foi a presença da internet na vida das pessoas, em especial dos mais jovens. Existe, segundo as psicólogas, uma toxidade positiva hoje nas redes que cria um discurso de um mundo que não é real e que acaba por gerar mais frustração nas pessoas.
Esses discursos em que é imperativo ser feliz, ter gratidão por tudo, cuidar da saúde, viver com leveza tornam-se potencialmente danosos e opressores, na avaliação das palestrantes.

Procurar ajuda
Mariana e Lívia disseram ainda que Saúde emocional não implica ausência de tristeza, que faz parte da vida sofrer, sentir dor e tristeza e que é normal isso acontecer também com os adolescentes, que passam por transformações e precisam lidar com escolhas, afinal, crescer é doloroso e o sofrimento e a frustração são inerentes à existência humana. O importante, orientam, é procurar ajuda quando necessário e ajudar a quem precisa, se for o caso.

Os dois encontros foram mediados pelo psicólogo do Soep Antônio Carlos Villela.
