3ª FLAM do Campus Tijuca I: reafirmando a importância das Artes na educação

No sábado, dia 20/10, foi realizada a 3ª FLAM (Feira de Literatura, Artes e Música), pela primeira vez na nova sede do Campus Tijuca I. O evento recebeu cerca de mil e quinhentas pessoas, entre familiares e convidados dos estudantes, servidores e técnicos do CPII.
As modalidades de Arte, em suas trajetórias na educação básica, sempre enfrentaram o desafio de serem reconhecidas como áreas do conhecimento fundamentais para a formação humana, lutando contra a tendência de serem tratadas como suporte para as demais disciplinas.
O Colégio Pedro II é um diferencial no sistema educacional brasileiro, ofertando aulas de Música, Artes Visuais e Literatura em todos os segmentos de ensino da educação básica, como componentes obrigatórios na grade curricular. A FLAM, em sua terceira edição oficial, vem ratificando a importância dessas disciplinas e ampliando o diálogo do CPII com as famílias dos estudantes, que são carinhosamente acolhidas no campus para refletirem sobre diversas questões, por meio do contato com manifestações artísticas, seus discursos poéticos e possibilidades expressivas, junto com as crianças.
A Arte está conectada à vida. A FLAM está conectada à aprendizagem. Assim, todos os trabalhos expostos e apresentados foram uma mostra das experiências artísticas e aprendizados vivenciados ao longo das aulas do ano letivo de 2018, pelos alunos de 1º ao 5º ano, dos dois turnos escolares.
A equipe de Música, formada pelos professores Juliana Chrispim, Paulo Coutinho e Pedro Mendonça, realizou apresentações musicais com todas as turmas do campus, transformando o pátio em um grande auditório, que esteve lotado durante os momentos musicais. Os arranjos coletivos, apresentados pelas crianças, foram construídos durante as práticas musicais nas aulas e integrados aos projetos desenvolvidos em cada série, dando oportunidade para as alunas e alunos expressarem suas ideias musicais. Os estudantes demonstraram suas potencialidades e desenvolvimento no canto coletivo e individual, percussão, flauta, teclado, percussão corporal e utilizando também objetos sonoros e instrumentos construídos com materiais alternativos.
O repertório passeou por gêneros musicais variados, com canções de Palavra Cantada, Casa de Curió, Jorge Mautner e Nelson Jacobina, Tom Jobim e Vinícius de Moraes, Claudinho e Buchecha, Iron Maiden, Legião Urbana, The Beatles, Balão Mágico e Trem da Alegria.
O Grupo de Música, projeto de ensino que visa aprofundar o desenvolvimento musical por meio da prática de conjunto, com participação de estudantes do 5º ano e desenvolvido pelos professores Juliana Chrispim e Paulo Coutinho, também participou das apresentações musicais.
Além das apresentações dos estudantes, houve o espetáculo “Pixinguinha para crianças”, que apresentou a música e a vida desse importante compositor brasileiro de forma lúdica, para as crianças e seus convidados.
A equipe de Artes Visuais, formada pelos professores Fabiana Alcântara, Leandro Souza e Analu Steffen – atuando também na coordenação pedagógica, ofereceu ao público uma variada e valiosa mostra do trabalho desenvolvido durante o ano de 2018 no Campus.
Todos os alunos tiveram produções expostas, configurando uma extensa e polifônica manifestação dos jovens talentos. Questões salutares como o bullying foram tratadas na produção de curta metragens e técnicas fotográficas, assim como as artes e culturas indígenas, africanas e afrobrasileiras. Suportes, pigmentos e materiais naturais foram a base para o olhar sobre Arte e Natureza. Identidade e Ancestralidade foram registradas artisticamente no contato profundo com o outro, consigo mesmo e com a própria história. Finalmente, a arquitetura da fachada do prédio do novo Campus foi eternizada em estudos de acrílica sobre tela numa forma de apropriação poética do novo espaço.
Alunos do curso de extensão “A fotografia na escola: possibilidades pedagógicas”, ministrado no Campus pelo professor Leandro, também participaram com a mostra fotográfica “COTIDIANOS”.
A equipe de Literatura, formada pelas professoras Cláudia Navegantes (Coordenação), Cássia Bispo e Joelma Rocha, organizou exposições e atividades lúdicas. O 1º ano expôs os livros utilizados nas aulas, trabalhos realizados com a “Coleção Corpim”, do Ziraldo, imagéticos, bonecos de mamulengo, Histórias Cumulativas e histórias cantadas da Bia Bedran, com dramatização realizada pelos convidados do evento, com figurinos disponíveis na sala. O 2º ano recitou poesias e apresentou trabalhos relacionados ao tema Histórias de Crianças e Família, com destaque para o livro “Colo de Avó”, da Roseana Murray.
A sala do 3º ano, caracterizada com monstros e vampiros, expôs trabalhos de Cultura Popular desde mitos e lendas até histórias de medo, e abrigou recital de poesias sensacionais do livro “Na casa de Franquis tem”. O 4º ano destacou o trabalho realizado com os livros “Ludi vai à praia” e “Ludi e os fantasmas da Biblioteca Nacional”, realizando biografias dos fantasmas. A autora dos livros, Luciana Sandroni, esteve no campus semanas antes, conversando com os alunos, como uma das ações do projeto “Ações em Arte e Educação: vendo e vivendo Arte no campus Tijuca I”, do Núcleo de Arte e Cultura.
A África foi a temática trabalhada com o 5º ano, por meio dos livros “Como as histórias se espalharam pelo mundo”, trazendo histórias emaranhadas em barbantes pendurados com ratos de dobradura; o livro “Pra lá de Marrakech”, inspirou a confecção de tapetes imaginários, que foram expostos; e o “As aventuras de Paulina” proporcionou viagens imaginárias para o Egito, conhecendo deuses, e estimulando a criatividade na caracterização com vestimentas, colares e boinas gregas.
O evento contou também com a presença carinhosa de ex-alunos do Pedrinho da Tijuca e seus familiares, que fizeram questão de estarem presentes no evento, devido ao vínculo afetivo que construíram com esse espaço de expressão. Os alunos formaram uma equipe de apoio às apresentações musicais, colaborando, com sua experiência, nas trocas das instrumentações utilizadas a cada apresentação. Além dos alunos, também prestigiaram o evento as ex-diretoras do Campus, Profª Cristina Branco e Profª Gilsely Gavinho.
A 3ª FLAM foi realizada, mais uma vez, com o apoio da PROPGPEC. Estiveram presentes no evento a Profª Eloísa Saboia (Diretora de Culturas da PROPGPEC), a Profª Mônica Repsold (Coordenadora Geral do Departamento de Educação Musical) e a Profª Carine Cadilho (Coordenadora Geral do Departamento de Artes Visuais) visitando as atividades e exposições de Artes Visuais e Literatura, e também acompanhando as apresentações musicais.

A criatividade é o exercício do pensamento crítico e, na educação das crianças, as portas precisam estar sempre abertas e com livre fluxo para a produção e o conhecimento artístico. A dimensão sociocultural da Arte permite que os alunos entrem em contato com a cultura de grupos sociais variados, em distintos momentos históricos. A dimensão psicológica envolve o desenvolvimento da capacidade de relacionar-se e expressar-se individual e coletivamente, reconhecendo semelhanças e diferenças e aprendendo a lidar com elas na vida cotidiana. Desconhecer e não ter intimidade com a história cultural dos povos que atravessam a nossa formação, é como negar a própria identidade.
Fotografias: Prof. Leandro Souza
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